sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

E aonde ficam os sonhos?

O que são sonhos?
Coisas que desejamos realizar e nem sempre podemos, nem sempre conseguimos, talvez porque costumamos correr atrás do impossível.
Sonhos!
Vivem trancados dentro de nós destruindo muitas vezes nossas vidas e consumindo nossos corações.
Existe o sonho da primeira bicicleta, do primeiro carro, do primeiro namorado, do primeiro beijo.
Acontece, que à medida que chegamos a tudo isso não olhamos mais para trás e esquecemos o quanto essas coisas foram sonhadas. Reside ai o grande erro!
Sonhos realizados muitas vezes tornam-se desinteressantes, perdem o seu valor real; é que na verdade não eram sonhos, eram somente desafios.
Existe, portanto o sonho e o desafio. Desafio quando vencido nos traz o sabor da vitória, já o sonho é diferente nos traz a alegria da conquista.... e então mais velhos e mais sonhadores talvez, possamos correr atrás do grande sonho: o grande amor, a cara metade, a alma gémea.
Começa uma busca incessante, cansativa, muitas vezes decepcionante.
Corre-se contra o tempo para realizar muitos sonhos, mas para realizar esse o tempo é que corre contra nós... E os sonhos? Aonde vão ficando?
Guardados, sofridos, despedaçados, pois ninguém é tão frio que não os tenha e não tão forte que suporte não realizá-los.
Acontece que corremos o delicioso risco de encontrar a tão sonhada alma gémea e depois de algum tempo perdê-la, simplesmente porque podemos começar a ter “novos sonhos”.
Isso é o ser humano, eternamente insatisfeito e por isso existem os sonhos. Eles serão eternos enquanto houver vida, necessários enquanto um coração bater, deliciosos se não nos fizerem sofrer.
O que não podemos permitir que aconteça é que os nossos sonhos sejam pesadelos de outras pessoas.
Realizámos muitos sonhos não foi? Fizemos com que muitos realizassem os seus, mas ainda os temos... e sempre os teremos, sempre levaremos no coração alguns deles.
Sejam possíveis ou impossíveis, fáceis ou difíceis, especiais ou comuns, perigosos ou tentadores, não importa os que não puderem ser realizados que fiquem trancados aqui dentro de nós, junto com algumas tristezas, algumas amarguras, mas sempre vivendo como um sonho.
Seja como for, lute pelos seus, corra atrás deles e se em algum momento da vida precisar renunciar a algum, não se desespere. Afinal a maior grandeza do ser humano está justamente nos sonhos que ele precisou e conseguiu renunciar.

Silvana Duboc

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